O exercício físico regular, por si só, oferece um conjunto de benefícios para a saúde, tendo um efeito protetor contra cancro, diabetes melitus, aterosclerose, insuficiência cardíaca, isquemia cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
O exercício físico, para além da melhoria do perfil lipídico e aumento da massa magra (que são as mais conhecidas pela questão estética), também despoleta um processo inflamatório agudo como resposta à intensidade do exercício. Isto vai originar a libertação de citocinas anti-inflamatórias no sangue, como o caso da Interleucina10 (IL-10) e necrose tumoral alfa (TNF-α) que são igualmente libertadas no reparo do dano celular do músculo.
No entanto, pessoas obesas apresentam marcadores inflamatórios mais elevados, possivelmente devido ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias de vários tecidos / células, incluindo macrófagos do tecido adiposo, células endoteliais vasculares e células mononucleares do sangue periférico.
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Nas Figuras A (sepse) e B (exercício) podemos observar o papel das citocinas quer pro-inflamatórias como anti-inflamatórias nas primeiras horas.
Na figura A, (sepse - definida como disfunção orgânica potencialmente fatal decorrente da resposta a uma infeção) observamos um conjunto de citocinas desde a TNF-, IL-1, IL-6, IL-1ra, TNF-R e IL-10.
Fig. A - Sepse
A resposta das citocinas ao exercício - figura B - não inclui TNF- e IL-1, mas mostra um aumento acentuado de IL-6, que é seguido por IL-1ra, TNF-R e IL-10.
Fig. B - Exercício
Assim sendo, nas imagens A e B podemos analisar a libertação de citocinas, produzindo respostas anti-inflamatórias.
Vários estudos mostram que os marcadores de inflamação diminuem após mudanças comportamentais a longo prazo que incluem a redução da ingestão de energia e um aumento da atividade física.
O exercício é, efetivamente, uma abordagem essencial para que ocorra perda de massa gorda e ganho de massa muscular e, por consequência, consegue ter esse efeito anti-inflamatório e minimizar o risco de desenvolvimento de doenças crónicas e baixar os estados inflamatórios crónicos.
Por Fábio Oliveira, Personal Trainer na Academia Bodylab
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REFERÊNCIAS:
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2. Junior MP, Andrade RD, Junior1 JRL, Fabio Henrique Ornellas3. Efeito agudo do exercício resistido sobre a interleucina 6 e fator de necrose tumoral alfa em idosos: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. 2015:597-604.
3. You T, Arsenis NC, Disanzo BL, lamonte MJ. Effects of Exercise Training on Chronic Inflammation in Obesity. Sports Medicine. 2013;43(4):243-56.
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